quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que a morte significa/representa?! Parte III

Gostaria de convidar à todos os seres que são, cada um à sua maneira e a forma, provocados, perturbados, instigados e inspirados por esta questão/problemática, à enviarem suas palavras e reflexões para alimentar este tópico no Blog.
Desde já fico agradecida por toda e qualquer ajuda.
Forte abraço.
Graci


A MORTE RONDA MEUS PASSOS
NÃO TENHO MEDO DELA
JÁ VI SUA FACE
É PÁLIDA, AMIGA
JÁ ESTENDEU SUA MÃO
... NÃO TEMO, NÃO FUJO
CAMINHO AO SEU LADO
por Tatiane Lemos Portilho


  "A morte não faz sentido"*

Priscila de Souza Espíndola** 

 O objetivo deste texto é tentar resumir um pouco a visão de morte através da Física. 
Há anos os físicos são fascinados pela morte, a vida e morte do universo, o nascimento e morte de partículas elementares, como os quarks. Entendem a morte com uma simples transformação de energia, isso é comprovado pela equação de Einstein E= mc2, ou seja, energia é igual a massa multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado. 
Mas o que isso quer dizer de forma prática, quer dizer que a morte não existe fisicamente, que não faz sentido a palavra morte que no latim significa "fim da existência". Nunca deixamos de existir, pois somos uma cadeia carbônica ligada a diversos elementos de transição como Enxofre, Silicio e etc., conforme a figura abaixo.
Imagem de computação gráfica
                                                          de Carbonos em Cadeia formam DNA.

 Portanto você sempre esteve aqui, nunca nasceu, e logo não pode morrer. Todos os elementos químicos, sempre estiveram aqui desde a formação o planeta. Por isso, todos seus antepassados se tornaram terra, que produziu comida, para as próximas gerações, todos os seres humanos estão ligados de uma forma ou outra, isto foi provado no Fermilab.
Interação entre partículas Fermilab.
Toda partícula que é essencialmente o mesmo elemento químico, interfere uma com a outra, ou seja, todos nós de uma forma ou de outra interagimos uns com os outros. Voltando ao nosso amigo Einstein, ele nos diz que massa é energia e energia é massa, uma é proporcional a outra, na bomba atômica 13 gramas de urânio significaram 200mil KJ, de energia. Isso quer dizer, que podemos transformar massa em energia e energia em massa, não podemos destruir nem criar energia, assim como, não podemos destruir nem criar massa. Novamente a morte não tem sentido, pois se configura como fim de existência. 
Mas existe uma questão que intriga até mesmo os Físicos, quando “morremos” ficamos 21 gramas mais leves (GAINSBOOUR, 2004). Comprovado cientificamente e analisado através de amostras da densidade do tecido antes e após a “morte”, os que acreditam dizem que é o peso da alma, eu particularmente, acredito que sejam os fluidos corpóreos perdidos no “post mortem” que em latim e significa depois da morte. Mesmo assim, fica a dúvida, porque 21 gramas?! Bom fica aí um tema de estudo para os que se interessam pelo caso. 
Voltando a morte, quem nunca viu um fantasma?! Falando sério, é possível se produzir um ectoplasma, isso mesmo, igual ao filme dos caçadores de fantasma, é só você ter os seguintes elementos químicos C120 H1184 Az218 S5 O249 (BLACK , 1998).

James Black foi quem conduziu a experiência junto com um Físico brasileiro Carlos de Brito Imbassahy, a maneira de produzir esse ectoplasma, não foi difundida, e muitos duvidam da realidade dos fatos, segundo os biólogos, no capítulo relativo à citologia, o ectoplasma é a forma semi-material que envolve o protoplasma celular orgânico e dele seria retirada a energia para realizar os fenómenos em apreço.
Ou seja, novamente, os fantasmas também não existem, a transformação de energia comanda o universo, usamos o material que envolve o protoplasma, para gerar energia que é detectada por radiômetros, espectógrafos (energia estática), e etc.. Diversos cientistas renomados estudaram este fenômeno com o mais profundo rigor científico, como por  exemplo: o francês Charles Richet (Nobel da Medicina), Frederico Zollner (astrónomo alemão) William Crookes (físico-químico inglês), Ernesto Bozzano (etnólogo italiano), Gabriel Delanne (engenheiro francês), Gustave Geley (medico francês) e Alexander Aksakof (físico russo).
 Para encerrar esse assunto de morte, não se preocupe, você sempre esteve aqui, e sempre estará, mesmo se a terra explodir, você e todos os elementos químicos serão lançados no universo, vai poder conhecer outras galáxias e outros elementos químicos, e fazendo as ligações certas, poderá ser um tipo de energia bem melhor do que esta, em que você está atualmente.
                                                                                        
* Na elaboração deste texto contou-se com a colaboração de Dr. Luciano Camargo Martins do texto Doutor em Física pela UFRGS- Professor de Física Geral– Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC.
 ** Licenciada em Física, pela Universidade do Estado de Santa Catarina- UDECS e Professora de Física Geral / Instituto Superior Tupy/ SOCIESC.






domingo, 21 de novembro de 2010

O que a morte significa/representa?! Parte II


I- Reflexões de Cezar Augusto Santos, acadêmico de psicologia

Papo de morte 


        Falar sobre a morte sempre é falar um pouco de si mesmo, de como o sujeito se relaciona com a própria finitude. Finitude? Então começa a polemica, pois o que é morte para uns é o inicio de outra vida para outros. A morte assume os mais diversos significados, ela pode ser: o inicio; o fim; a solução; ou a inevitável desgraça humana. A coisa, aquela em que nem devemos pensar. 
       Paradoxalmente penso que refletir sobre a morte é a priori refletir à vida, logo que a vida – humana e terrestre até onde se sabe – é tudo o que acontece entre o nascimento até a morte e nada pode tornar-nos mais conscientes de estar vivos e das implicações disto do que saber que um dia já não mais estaremos. Isso pode ser não só perturbador, mas libertador também.

            As mais diversas crenças e religiões ao longo da historia tem aliviado a angustia do ser humano diante da morte. Tem prometido não apenas vida após a morte, mas principalmente justiça. Desejo que muitos têm frente às injustiças como a pobreza, exploração, doença, violência e todos os males que estamos sujeitos. Acalmando assim os aflitos de todos os tipos de sofrimento, pois o dia do julgamento chegará - de diferentes maneiras nas diferentes manifestações religiosas – e a justiça será feita. O bom será recompensado e o mau será punido. Porém bom e mau é um conceito de avaliação muito subjetivo, sendo assim podemos tentar entender todas as manifestações de violência com cunho religioso. O intrigante é que muitas pessoas vivem as suas vidas inteiras esperando por esse julgamento, vivendo sob os olhos julgadores, que não lhes permitem viver com plenitude, pois muitos dogmas podam a liberdade e expressão do que há de mais humano e mais biológico na vida.
            A luz da ciência, a sede de justiça e a angustia da morte traduzem Deus e as religiões como memes. Que em analogia com os genes explica como um conceito com potencial de replicação passa de cérebro para cérebro. Conforme Dawkins (2007, p. 121) o valor da sobrevivência do meme de Deus:
                                       resulta de sua grande atração psicológica. (...) Os "braços eternos" oferecem uma proteção contra nossas próprias deficiências, a qual, como o placebo do médico, não é menos eficiente por ser imaginária. (...) Deus existe, mesmo se apenas sob a forma de um meme com alto valor de sobrevivência ou de poder infectante no ambiente fornecido pela cultura humana. 

            Para a ciência tradicional é inaceitável a existência de uma estrutura metafísica que permitisse a entrada em outras dimensões, como a alma e a vida após a morte. Sendo assim, somos um aparelho biológico finito destituído de um espírito, reducionista e assustador este viés me deixa perplexo, com um sentimento de “mas será que é só isso mesmo?”.
            No meio de tanta polêmica e mistério, angústia e esperança, têm-se o alto índice de suicídio. O que sente aquele que vê na morte a solução dos problemas ou a saída para a impossibilidade da solução deles? Somente ele mesmo sabe, deve ser uma dor intraduzível ao outro. Esse fenômeno retrata um quadro de patologia mental produto da modernidade. É o resultado da falta de contato real e significativo com a vida, que podemos re-estabelecer refletindo sobre a morte. 
        Ao negar a morte, não se pode construir um sentido coerente de vida, passando assim a ceder facilmente à pressão social do capitalismo que deforma a psique alterando os valores humanos e sufoca a vida do homem contemporâneo com a exigência de trabalhar ao máximo possível para consumir cada vez mais. Nega-se a morte até mesmo com produtos de beleza e cirurgias plásticas, evita-se o envelhecimento como se fosse algo a se envergonhar. O ser humano quer esquecer, enganar e até matar a morte com o sonho do avanço científico à imortalidade. 
        Na minha opinião somente ao se conformar com a morte, na perspectiva de fim de algo muito importante, é que se possibilita no meio disso tudo a cada um concluir sobre uma libertadora indagação: Como vale viver a vida? 

II- Reflexões de Leandro Dóro, jornalista e artista gráfico

"O objetivo da vida é evitar a morte da espécie. Temos os instintos e nossa capacidade reprodutiva como ferramentas e batalhamos há milênios para nos organizarmos socialmente de forma a permitir mais pessoas nascerem. Os cemitérios, muitas vezes, parecem um tributo a contribuição das gerações a organização da humanidade. Cultura, arte e valores estão ali expostos ou não, dependendo da capacidade econômica em vida dos restos mortais que ali jazem.
 Talvez não percebamos, mas nosso desejo de sermos eternos transmitimos a cada instante, ao nos relacionar com os demais seres viventes ou executar algum trabalho que seja efêmero ou perene. Apenas o fato de existir já é uma forma de transmitir o que somos. Afinal, somos receptáculos de história, cultura e sentimentos de toda a humanidade que nos pariu e nos permitiu crescer. Devemos filtrar e transmitir esses conhecimentos as gerações vindouras.
O desejo de eternidade, assim, é realizado a cada dia. Porém, a vontade de nossas almas serem eternas, talvez seja apenas resultado de um desejo natural de preservação e conforto.
Os mortos amamentam a trajetória dos vivos. Existir é transmitir. E os cemitérios nos dão a tranquilidade de que vivemos pouco, mas nossa espécie, não".

III- Reflexões de Douglas Bahr Leutprecht, professor de história

"A morte pra mim é a dissolução da minha consciência, e transferência do meu corpo para o restante da natureza. Não acredito em nenhuma forma de espiritualidade no sentido de 'alma', como algo que exista paralelo ao meu físico, mas acredito que somos eternos à partir do momento que toda energia que compõe meu pensamento e meu corpo, passará a integrar outros seres quando a minha consciencia deixar de existir. Ou seja, pra mim não existe "morte", apenas transferência de vida".

IV- Reflexões de Patrícia Mandalas
Fim ou início

"Você já se perguntou sobre a morte?
Será mesmo o fim ou apenas o início de uma transgressão evolutiva.
Sempre fui fascinada pela morte, um dos maiores mistérios da vida.
Esta causa-me imensa curiosidade e certa frustração, pelo medo. Mas também excita-me o desconhecido.
Sou  uma metamorfose ambulante, já mudei meu conceito infinitas vezes.
Minha formação familiar,entitulava a morte como uma passagem, onde a vida é pesada e analisada conforme suas benfeitorias, levando-te ao céu ou ao inferno.
Na adolescência tive uma fase de rebeldia, a morte seria o fim de tudo. A carne simplesmente apodreceria e seria devorada por vermes, o corpo viraria pó.
Após várias buscas espirituais,materiais e científicas, e também um pouco de maturidade, percebo que a morte é um enigma que jamais poderemos desvendar.
Mas algo dentro de mim, tende a acreditar que não é apenas o fim.
Convivo com a morte desde a infância,  quando aos quatro anos perdi meu pai.Talvez naquele momento por não compreender, aquilo tudo não significasse muito.
Com o passar dos anos revoltei-me, pois a morte levou parte da minha essência e minha segurança. 
Hoje quando penso na morte já não me causa amargor, nem rebeldia, mas ainda percebo que está cravada profundamente em minha alma e se tenho alguma esperança de vida pós morte, é porque necessito a segurança e o amor que me foram arrancados na infância".

sábado, 20 de novembro de 2010

O que a morte significa/representa?! Parte I

I- As reflexões de Hindy (Hindemburgo de Carvalho Lisboa),um místico/mestre/filósofo. 

"Para os entes queridos, saudades.
Para o agente funerário, lucro.
Para os vermes, comida.
Para o médico, fracasso.
Para o mártir, vitória.
Para o marxista, capitalismo.
Para o teórico, tese.
Para o antropólogo, cultura.
Para Drácula, sangue.
Para o que padece, alívio.
Para o que crê, esperança.
Para o descrente, vazio.
Para o sociólogo, laboratório.
Para o legista, formol.
Para o sacerdote, caminhada.
Para os amantes, solidão.
Para a terra, húmus.
Para os anjos, companhia.
Para os demônios, sarcasmo.
Para o Guru, retorno.
Para a comadre, assunto.
Para o chato, enfado.
Para o jornal, nota.
Para o cinema, bilheteria.
Para o coveiro, salário.
Para o jovem, desperdício.
Para o caçador, mais um.
Para o santo, recompensa.
Para o criminoso, resgate.
Para o trânsito, congestionamento.
Para o político, discurso.
Para o filósofo, dúvida.
Para o marceneiro, madeira.
Para o niilista, e daí?!
Para o agnóstico, sei lá!
Para o humorista, piada.
Para o fatalista, amanhã serei eu.
Para o indiferente, quem?!
Para o otimista, ficou bonito(a)!
Para o policial, rotina.
Para o hippie, viagem.
Para o juiz, processo.
Para a carola, reza.
Para o alquimista, transmutação.
Para o general, baixa.
Para o exausto, repouso.
Para o genro, enfim sós.
Para o inimigo, já vai tarde!
Para o cartório, herança.
Para o navio, naufrágio.
Para o prudente, cuidado.
Para o insensato, inevitável.
Para o palhaço, brincadeira.
Para o amigo, ausência.
Para o médiun, psicografia.
Para o poeta, soneto.
Para Graci, dissertação".


II- As reflexões de Cleiton Soares Zanini, um escritor instigado e tuiteiro

"Morte... Essa palavra tem permeado o consciente e o inconsciente da humanidade, desde a sua gênese. 
A morte é única verdade imutável; verdade essa que nenhum ser vivo pode alienar-se. É a única coisa da qual não se pode fugir. Ela abraça a todos de forma silenciosa e imperceptível.

Todos temem a morte, pois não sabemos para onde ela nos levará, após nos retirar de nosso mundo e nossas vidas, sejam elas boas ou não. Muitos odeiam a morte, por ela tirar de nosso convívio, as pessoas e seres que amamos. A morte é mal-vista, repudiada. E a humanidade, por séculos e séculos busca formas de retardar, de evitar a ação da morte. Mas, o que as pessoas não entendem, ou, por motivos óbvios, e se recusam a entender, é que a morte faz parte da vida. 


Todas as pessoas, sem exceção, morrem dia após dia. Células morrem, tecidos epiteliais morrem, o corpo, com o passar dos dias, meses e anos, se deterioram, falecem pouco a pouco; até a sua morte definitiva e irreversível. Morte e vida estão intimamente entrelaçadas; unidas de maneira indivisível, e andam, de mãos dadas, o longo caminho da eternidade".


III- As reflexões de Jamile Mroskowski, uma cereja v8

"Morte !!!
 
Da morte não podemos escapar!
Devo temê-la ? ou desmistificá-la?
Não tenho medo da morte e sim da maneira que vou morrer ! quero que seja de infarto fulminante.....
Perder a vida ou ganhar a morte?
Pra onde vamos?
Acho que deveriamos chorar quando nascem as pessoas e fazer festa quando elas morrem....
morte seja ela natural ou tragica ! é a morte!
 
As vezes mentalizo meu velório! quero meus amigos fazendo festa e bebados !!!
 
Gosto da cultura mexicana a respeito dos mortos! é colorido e não funebre....
Mas também gosto da tranquilidade dos cemitérios! aquela coisa que a gente sente e não sabe explicar com palavras!  Uma sensação de mistério que só a morte nos proporciona!
MORTE ! quando vou encontrá-la?  parece doente mais eu não vejo a hora!!!"



IV- Reflexões de Daniel de Boni, philosopher e psychedelic man

ESBOÇOS SOBRE A MORTE
"Um sentimento inefável toma de assalto os corações mais desavisados.
Medo?
Pensamentos estranhos...
Alguém já dizia, remotamente: eis aí a única certeza da vida...
Essa aura de mistério que permeia o que designamos por cessação da existência. Término? Mesmo?
Como exprimir o inexprimível?
Como dizer o indizível?
Como perscrutar o imperscrutável?
Como sondar o insondável?
Difícil aceitar essa cruel tautologia, efêmera condição.
Condição de ser um átomo de pó. De fraquejar e sucumbir na hora implacável em que triunfa o acaso, o destino...?
O deus-verme se prepara para mais uma refeição deliciosa.
O Tao da vida regurgita a si mesmo, concebendo e restaurando a cada instante a matéria, engendrando e liquidando novas e velhas individualidades, novas causalidades à custa do processo irrevogável de construção e destruição.   
Quanto ela vale? O que ela vale?
Talvez nos faça um mero favor, talvez nos alivie desse turbilhão de contradições.
Corpos secos às margens hindus recebem indulgência, outros putrefatos bóiam à revelia das circunstâncias socialmente determinadas.
Sacrifícios.
Oferendas.
Um banquete antropológico.
Não devemos pensar?
No cerne da morte reflexões são tolices
Como?
Fé e confiança. Crença. Crença dogmática. Entregue à tradição, cega por um destino melhor, um itinerário ao fim do qual a plenitude, enfim, se revelaria.
Ah, terrível consciência. Consciência lânguida, mas consciente. Melhor parar de pensar nisto? Tanta curiosidade um dia me mata... Ao menos a loucura pode se instalar.
Não adianta, talvez a questão fundamental seja tentar compreender a função ética que a morte cumpre em cada um de nós. Se fosse assim tão simples....
Se iremos mesmo desintegrar, como sustentar razões pelas quais pudéssemos, no mínimo, nos consolar desse indubitável pensamento, desse triste sentimento. A morte pode ser pedagógica? Filosófica?
Talvez seja melhor respeitar a morte. Ela te ceifa, mas te ensina, te liberta. Se é que já não morremos.
Talvez as células nos façam recordar que essa sublime condição é inerente e atuante, mesmo passando quase despercebida.
Devir da existência.
Elixir cósmico".
          

domingo, 14 de novembro de 2010

"O Agente Funerário"

A banda Joinvillense TESTOSTERONA (formada por Testa, no vocal e guitarra; Bambu, no baixo; Doug na guitarra e backing vocals; e Eduardo, na bateria) esteve, no mês de abril/10, gravando um vídeo clip para a música "O Agente Funerário". 
O cenário escolhido foi um dos cemitérios mais antigos de Piraberaba, distrito da cidade de Joinville/SC, com sepultamentos que datam de 1853. Se encontra localizado nas margens da principal estrada da região e é facilmente avistado por quem transita pelo local. Atualmente o cemitério não recebe mais sepultamentos e se encontra praticamente abandonado à ação do tempo e da força da natureza.
Figura 1: Cemitério de Piraberaba.
Fonte: Arquivo da autora. Jlle, 2010. 
A banda conseguiu emprestado um caixão e um Landau Galaxie funerário. Este modelo de automóvel, que também é conhecido como 'rabecão', em outros tempos foi muito utilizado para fazer translados e cortejos fúnebres, hoje o que lhe resta é desfilar em eventos de carros antigos e/ou ser adquirido e repousar na garagem de algum admirador e colecionador de carros antigos.
Figura 2:  Landau Galaxie e o agente funerário.
Fonte: Arquivo da autora. Jlle, 2010. 
A letra da música 'O agente funerário' trata do cotidiano da profissão de agente funerário muito indesejada porém imprescindível a qualquer organização social desde os tempos mais remotos; ao mesmo tempo aborda o tema da morte com muita irreverência, ironia e bom humor, a qual é tão estigmatizado e cheia de tabus na sociedade contemporânea.

Figura 3: Filmagens dentro do cemitério.
Fonte: Arquivo da autora. Jlle, 2010.

 
Figura 4: Filmagens da saída do cemitério.
Fonte: Arquivo da autora. Jlle, 2010. 

O moto clube MOTOR ROCK escoltou o Landau e a banda por todo o percurso, o que acabava dando a idéia de que estava realmente acontecendo um cortejo  e a reação das pessoas no trânsito acabava sendo de muita surpresa e curiosidade.

Figura 5: Galera que participou.
Fonte: Arquivo da autora. Jlle, 2010. 
Resumindo, foi uma experiência engraçada e divertida, desde a parada no posto para abastecer até as filmagens no espaço do cemitério, ainda pude contribuir com sugestões na escolha do figurino do 'agente funerário', na realização de fotos e acompanhando as filmagens.

Figura 6: Eu e o agente funerário  no retorno das filmagens.
Fonte: Arquivo da autora. Jlle, 2010

A banda ainda não consegui finalizar os trabalhos de montagem do video, desde já fica a torcida para que o lançamento e/ou a disponibilização do vídeo aconteça em breve.  Enquanto isto, é possível conferir o audio: Ouça aqui: "O Agente Funerário"

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Trabalhos dos estudantes de Psicologia/08



Apresentação do grupo de trabalho: "manifestações artísticas e culturais no espaço do Cemitério Municipal de Joinville". Neste trabalho os estudantes reuniram imagens, poemas, frases e música.
Integrantes: Adriana, Ana Paula, Andréia, Karine e Priscilla.

 Apresentação do grupo de trabalho: "lápides e epitáfios".
Vídeo e música "Canto para a minha morte" de Raul Seixas e Paulo Coelho, elaboração de Vagner Scandolhere.
Integrantes: José, Simone, Silviana, Sheila e Minéia.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CEMITÉRIO MUNICIPAL DE JOINVILLE/SC: UMA POSSIBILIDADE DE ESTUDO

      Os estudantes do 3º ano matutino curso de Psicologia da Universidade da Região de Joinville/UNIVILLE, na disciplina de Sociologia realizaram uma aula de campo no Cemitério Municipal de Joinville/SC. A aula correspondia às atividades previstas no estágio docência da profª Graciela M. Fochi, estudante-pesquisadora do curso de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade/MPCS da mesma instituição, orientada pela profª Drª Mariluci N. Carelli.
      A visita contou com explicações e orientações da responsável pela Central de Atendimento ao Serviço Funerário/CASERF do município Ana Lúcia R. Moreira, que possuí mais de 10 anos de experiência no setor. Os estudantes, divididos em grupos, analisaram diferentes aspectos no espaço do Cemitério: a estrutura de funcionamento e os serviços disponíveis no Cemitério, as estratificações sociais, os aspectos artísticos e culturais, o conteúdos das lápides e dos epitáfios, entre outros elementos presentes nos jazigos edificados neste Cemitério.
O Cemitério Municipal de Joinville, é o maior cemitério da cidade, foi fundando em 1913 e hoje está completamente incorporado ao processo de urbanização da cidade, ocupa uma área de 129.000 m² e reúne aproximadamente 60.000 túmulos. Atualmente o cemitério não possui espaço para edificação de jazigos em ‘chão novo’, existe somente espaço para sepultamentos individuais em jazigos e capelas que já foram adquiridos pelos familiares”.
Para manter o local limpo cerca de três pessoas fazem os trabalhos, porém cada família é responsável pela limpeza dos respectivos jazigos. Em anexo ao cemitério, funcionam à administração dos cemitérios municipais e quatro funerárias, que em sistema de rodízio, atendem os óbitos ocorridos na cidade, sendo que ocorrem em torno de 10 a 15 por dia.
Os estudantes consideraram a atividade importante e proveitosa diante do fato de que as leituras, as reflexões, a aula de campo e os seminários de socialização oportunizaram a discussão ao tema da morte, tema considerado ‘tabu’ no imaginário e mentalidades das sociedades ocidentais contemporâneas, às idéias estigmatizadas atribuídas aos espaços dos cemitérios e possibilitou abordar e identificar os aspectos das estratificações sociais, manifestações culturais e artísticas no espaço do cemitério, assim como oportunizou a ampliação dos espaços de ensino-aprendizagem e despertou o interesse pela pesquisa de campo como experiência de formação dos estudantes.
As professoras reforçam que os espaços dos cemitérios, em especial o Cemitério Municipal de Joinville, poderiam ser espaços de estudos também para temas do luto na sociedade, a arte funerária, espaços de patrimônio histórico e cultural, memória e identidade, fonte para estudos populacionais e de meio ambiente entre outras pesquisas.
O Cemitério Municipal de Joinville está localizado na Rua Ottokar Doerffel, nº 12, no bairro Atiradores, encontra-se aberto diariamente nos horários das 07 h às 17:30 h. Reúne sepulturas de diversas personalidades políticas de destaque na cidade e na região, de famílias tradicionais, de lideranças industriais, de combatentes das revoluções, da 2ª Guerra Mundial e conta também com obras dos artistas plásticos como Fritz Alt e Mário Avancini.